Aumento salarial,
benefícios ou um ambiente de trabalho agradável? Antigamente pensava-se que
apenas o retorno financeiro pudesse trazer felicidade e satisfação ao
profissional, no entanto, nos dias de hoje muitos optam por qualidade de vida,
e entendem que de nada adianta ter um bom salário se o relacionamento na
empresa não for agradável, ou se o trabalho e a vida pessoal não estiverem em
equilíbrio.
Mas afinal, qual a melhor forma de motivar os colaboradores?
A motivação é o
primeiro passo para o sucesso da organização. Funcionários satisfeitos com seu
trabalho e que se sentem respeitados e reconhecidos por aquilo que desenvolvem
tornam-se parceiros de negócio, fazem muito além do que as suas obrigações e se
preocupam com o andamento da empresa. Todos precisam estar motivados! Mas para
que isso aconteça, a própria organização deve se preocupar com o bem-estar de
seus colaboradores e oferecer condições favoráveis de trabalho.
Motivação segundo Carlos
Alberto Simões Barreiro, director executivo da Tailor Made Consulting, o
fundamental é ter uma gestão competente de pessoas e um bom relacionamento
dentro da empresa.
“Se você me perguntar
por que as pessoas saem da empresa hoje em dia, 90% é por causa de mau
relacionamento com o chefe. Não é por conta do salário, não é por falta de benefício,
e não é por nada relacionado a isso. Então a grande motivação dos funcionários,
actualmente, é uma liderança extremamente preparada e desenvolvida, pois isso
sim, os retêm assustadoramente na empresa”.
“No passado as empresas
achavam que pagar bónus aumentaria a motivação, mas vemos que isso não é
verdade. Então hoje as organizações mais modernas do mundo estão abandonando
esse tipo de acção. Elas precisam oferecer um salário justo, mas não é isso que
vai fazer as pessoas se movimentarem. Eu tenho que ter uma empresa que mostre
segurança, que seja forte”, explica Carlos.
“Ter um bom ambiente de
trabalho e ser importante na organização são factores importantes também, mas
são coisas básicas, não motiva ninguém. O que realmente motiva é ter uma
liderança que faz com que as pessoas pensem e participem realmente, ter
colaboradores com objectivos claros, desde o operacional até o presidente da
empresa, impor objectivos individuais, porém alcançáveis e atraentes, ou seja,
fazer com que a pessoa mude o patamar de desempenho. As pessoas devem ser
reconhecidas por aquilo que fazem, não materialmente. Um elogio do chefe,
seguido por um novo desafio, isso motiva realmente”.
Por outro lado,
Fernando Montero da Costa, director de operações Humanas Brasil, acredita que
existem diversos factores que podem aumentar a satisfação do profissional, no
entanto, para ele, a remuneração continua sendo o maior factor motivacional.
“O profissional que
trabalha em uma organização com uma boa política de RH , em aspecto de
motivação e respeito, se sente mais integrado e tem um rendimento maior. Mas,
quando você coloca o factor da remuneração variável, esse aspecto motivacional
comportamental acaba se diluindo no todo da compensação financeira”, explica.
“Por incrível que pareça, existem empresas que não se preocupam com condições higiénicas,
ambiente de trabalho e bem-estar dos funcionários, mas não aceitam quando
ocorre uma diminuição do PLR (Participação nos Lucros e nos Resultados). É um
caso prático que mostra que num país capitalista como o Brasil isso conta
bastante”.
Cada profissional
possui expectativas e valores diferentes, por isso fica difícil agradar a todos
quando o assunto é motivação. O fato é que ter uma boa liderança faz com a
empresa evolua e consiga incentivar grande parte de seus colaboradores.
Para Elizenda Orlickas, professora
especialista em Consultoria Interna de RH , todos devem se preocupar com essas
mudanças nas organizações. “Todos são responsáveis pelos resultados, mas é
claro que as lideranças estratégicas têm uma presença mais forte junto à alta direcção.
Tenho visto nas empresas uma grande preocupação com os resultados em detrimento
às pessoas, porém vejo outras organizações investindo arduamente em pesquisas
de satisfação. Acho que o mercado está em fase de mudança também neste ponto,
felizmente”, comenta.
Fonte: Catho online